cogito 4
sonia regina


inabilidades podem iniciar efeito espiralado:
gerar valentias de defesa e conquista;
desenvolver competências para ser feliz.




cogito 7
sonia regina


um conhecimento prudente
jamais passará de percepção.




cogito 8
sonia regina


mergulhar na memória é banhar-se de alguma meninice
à procura de leveza, passear pelo faz-de-conta

nas festas de família reaprender a simetria dos afetos.




cogito 9
sonia regina


em algum plano há uma geometria afetiva
que, aquecendo o tempo, evapora distâncias.




cogito 11
sonia regina


pensamentos alinhando falas desconexas:
emoção que quer ser afeto, chão, teto.




asteriscos 3
sonia regina


plenilúnio...a lua anuncia o amanhecer
o céu deitou com a terra, nasceu o dia.




entre logo por todas as frestas
sonia regina


mas é imperioso que se fale
do obscuro e se escreva
dos horrores e pesadelos,
para que a claridade entre logo
por todas as frestas das ruas
da cidade e mergulhe na alma
dos que, sentados nas calçadas,
adiam o principiar da posteridade.




à beira do tempo
sonia regina


com um gesto perturbador o poema empurra a vertigem
e fica, a cargo da mão, o branco do papel

do centro para a borda, como uma sopa quente tomada
pelo avesso, caminharam os dedos

à beira do tempo, a imagem arde.




a justa emoção permanece e lavra
sonia regina


num dia ruim a humanidade na palavra
é uma obra larga, grande. comove e arde.
queima as larvas

o simples que inquieta não é fácil nem facilita,
mas dá a justa emoção que permanece

e lavra.




eu e o vento
sonia regina


sem forma, o vento livre adere à minha pele,
como um vestido molhado.
cavalgamos o pensamento que realça
a substância, minha própria natureza

liberta, solta no pasto.


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