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“O Pássaro Cativo”, conhecido poema de Olavo Bilac - jornalista carioca nascido em 1865 e membro fundador da Academia Brasileira de Letras - foi classificado em 35º lugar no Concurso de Poesia realizado pela Associação Preservação da Memória da Companhia Paulista, de Jundiaí.
O poema foi enviado por um dos participantes, que assinou com pseudônimo, conforme exigia o regulamento. Após a classificação de 50 poemas e publicação em revista, a falha da organização foi percebida. “A primeira edição do concurso foi decepcionante.
Ficamos frustrados e não vamos mais realizar uma próxima edição no ano que vem em função do que ocorreu, mas não desmerecemos os outros classificados. Infelizmente só percebemos que era o poema de Olavo Bilac quando a revista já estava impressa”, lamenta o presidente da associação, Eusébio Pereira dos Santos. De acordo com a escritora Júlia Fernandes Heimann, que participou da comissão julgadora do concurso ao lado das poetisas Valquíria Gesqui Malagoli e Renata Iacovino, o texto passou despercebido entre outros 96 recebidos pela associação. “Fizemos um documento assim que percebemos o equívoco e o participante não recebeu o prêmio.
Isso acontece em alguns concursos; não é inédito, pois já recebemos poemas de Vinícius de Moraes, por exemplo. A gente nunca imagina que uma pessoa pode ter uma atitude dessa e também não temos um computador na cabeça pra lembrar dos poemas de autores conhecidos. O concurso exigia apenas poesias inéditas, com temática livre”, justifica a escritora.
O poema foi enviado por um dos participantes, que assinou com pseudônimo, conforme exigia o regulamento. Após a classificação de 50 poemas e publicação em revista, a falha da organização foi percebida. “A primeira edição do concurso foi decepcionante.
Ficamos frustrados e não vamos mais realizar uma próxima edição no ano que vem em função do que ocorreu, mas não desmerecemos os outros classificados. Infelizmente só percebemos que era o poema de Olavo Bilac quando a revista já estava impressa”, lamenta o presidente da associação, Eusébio Pereira dos Santos. De acordo com a escritora Júlia Fernandes Heimann, que participou da comissão julgadora do concurso ao lado das poetisas Valquíria Gesqui Malagoli e Renata Iacovino, o texto passou despercebido entre outros 96 recebidos pela associação. “Fizemos um documento assim que percebemos o equívoco e o participante não recebeu o prêmio.
Isso acontece em alguns concursos; não é inédito, pois já recebemos poemas de Vinícius de Moraes, por exemplo. A gente nunca imagina que uma pessoa pode ter uma atitude dessa e também não temos um computador na cabeça pra lembrar dos poemas de autores conhecidos. O concurso exigia apenas poesias inéditas, com temática livre”, justifica a escritora.
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O POEMA:
O Pássaro Cativo
Olavo Bilac
Armas, num galho de árvore, o alçapão;
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,
A gaiola dourada;
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo:
Porque é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste, sem cantar?
É que, crença, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:
“Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores,
Sem precisar de ti!
Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...
Prefiro o ninho humilde, construído
De folhas secas, plácido, e escondido
Entre os galhos das árvores amigas ...
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pompas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade ...
Quero voar! voar! ... “
Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar.
E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição:
E a tua mão tremendo, lhe abriria
A porta da prisão...
Olavo Bilac
Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ
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