da clandestinidade




a música me abraça isenta de cuidados
e escorrego nas notas do violino
deixando a primavera cair.
somos clandestinas nesta paisagem, 
eu, minhas mãos e a tarde complexa

a fumaça do cigarro desenha no ar
barcos e pássaros (não seu canto);
calada permanece a natureza quando o
sábado se estende sobre o oceano,
a bruma procurando a cena que lhe falta

os minutos passam céleres
nada detém o anoitecer

enche-te de outono e nenhuma folha
do chão conspirará contra ti, meu amor.
não ensaia teus gestos, mas me inventa contigo.


sonia regina
13112010



Imagem: Mehmet Ozgur



Nenhum comentário: