Faltava-me a brisa nocturna e eu não me percebia
diante de um espelho em reacção ao insulamento.
nutriam-me a energia contida na arte e a actividade
poética, sem que eu me lembrasse de lhes ter dado
esse poder
buscava recompor a unidade perdida,
projectava além de mim e do cenário
o mais explícito dos hermetismos.
compreendia-me um só universo. particular,
singular na condição humana da pluralidade
enfeixavam-se elementos pertencentes a áreas
diferentes; eu me habitava e habitava num mundo
resultante de uma conjunctura histórica inovadora.
nele reflectia-me liberta, sem precisar de qualquer
raiva ou coragem para sê-lo
síntese afectiva legítima, permito-me mobilizar vontades:
exerço as verdades contraditórias e os opostos possíveis.
Caterina de Athayde (Sonia Regina)
06.4.2011
imagem: Dianne Owen
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