Do alento - Sonia Regina


Do alento
a Dylan Thomas



Da manhã fluíam asas e pássaros
numa luz com sabor de brevidade
“E todavia o mistério
Pulsava vivo Na água e nos pássaros canoros.” [1]

A ausência dos barcos mostrava a praia

“E ali podia eu maravilhar-me com meu aniversário
Que fugia, enquanto o tempo girava em derredor. Mas a verdadeira
Alegria da criança há tanto tempo morta cantava
Ardendo ao sol.” [2]

Hoje, à minha frente, marcha ainda o alento antes interrompido.
Sobe e desce os montes, senta-se na relva
à espera das horas.

Não somos clandestinos nesta paisagem:
ele, eu e a tarde simples.



sonia regina



[1] [2] - Dylan Marlais Thomas





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