Anne Perrier

 


Se me perco
Onde quer que seja à hora do meio-dia
No meio de cintilantes dunas
Abobadadas de canela
E a fuga dourada de gazelas

Na tórrida estrada
O brusco barulho de cascos que fogem
Passa o arcaico tropel
Seguindo a flauta invisível de deus
Se esconde indolente esteira solar
Na sombra doce das velhas árvores

Escutando o céu
Espada matinal
E a colina que lhe cobre os joelhos
Volto para a vida costumeira

Oh meu amor
Não existe nada que amemos
Que não fuja como a sombra

Como estas terras longínquas
Onde até o nome perdemos

Mas as gazelas passam nas pálpebras adormecidas
Meu amado
Esta noite a morte é filha do tempo.

Anne Perrier

Tradução: Fernando Oliveira, dum poema sem titulo de Anne Perrier
copiado daqui

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