para que as borboletas voem - sonia regina
aceito a anestesia que fere meus lábios
fujo da simetria e da grandeza dos acenos.
as fragilidades não levam ao fracasso
como o medo das marcas involuntárias.
bom seria pisar um sonho e torná-lo chão
livre de prisão ou exílio
mas no giro da essência à volta do centro
quero tocar o passado
despertar para o recomeço do tempo
viajar pelo riso da terra.
sei nas águas do fluir secreto da beleza e da cura. sei
é imperioso falar do obscuro e escrever dos pesadelos
para que a claridade entre pelas frestas
as borboletas voem
e eu vislumbre na sombra parte da luz que a criou.
sonia regina
02112010
Imagem: Floriana Barbu
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