Cecília Meireles em castelhano: Carlos Alberto Roldán

No te confíes ni del tiempo ni de la eternidad

Cecília Meireles
Traducción libre de Carlos Alberto Roldán



No te confíes ni del tiempo ni de la eternidad
que las nubes me jalan de los vestidos
que los vientos me arrastran contra mi deseo.
Apresúrate, amor, que mañana yo muero,
que mañana muero sin verte.

No te demores tan lejos, en lugar tan secreto,
Nácar de silencio que el mar atesora;
el labio, límite del instante absoluto.
Apresúrate, amor, que mañana yo muero,
que mañana muero sin oírte.

Me aparece ahora, y aún la reconozco,
la anémona abierta en tu faz
y rodeando los muros, el viento enemigo.
Apresúrate, amor, que mañana yo muero,
que mañana muero sin decírtelo.







Não te Fies do Tempo nem da Eternidade

Cecília Meireles



Não te fies do tempo nem da eternidade
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo.
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...


In:  Retrato Natural


 

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