a pepsi twist anestesia a língua
o limão não amarga
sem um quê de azul pinga no papel
a escrita desliza veloz
arrasta sílabas
transfere os fatos para as laudas
entre as margens o intervalo é austero
nos espaços exige silêncio
abole representações, desloca idéias
na travessia do pensamento
lembranças soltas correm pela página
com ímpeto, entre o sólido e o líquido
o movimento enérgico
dá à reminiscência
uma possibilidade figurativa
a mão se curva com delicadeza
à reescritura severa do ciclo
que não tinha se extinguido
e um mesmo volta
novo, diferente
do retorno ao princípio.
sonia regina
10.4.09
sem um quê de azul
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