Canto Segundo

                         A Lou Andreas-Salomé

Sonia Regina

Tinha que arrumar o quarto de empregada. A diarista havia vindo pra lhe ajudar. Manu dormia e o tempo estava feio – nenhum chamado para a indolência, fora a vontade de não ter vontade - de nada.
“Acordei cedo pra isso, preciso agir.” Mas ficava no sofá, tomando café... e aqueles malditos remédios. Odiava ter um estado químico alterado no corpo.
Algo faltava. Um bolo na garganta indicava angústia, o tédio não prometia bons momentos. Estava farta dos maus e tentara despejar tudo no papel. Mas as sensações estavam partidas e os destroços de palavras arranharam seu ser - estático e impactado com os cacos. Levantou-se e foi tratar das arrumações.
“O que significa perda se torna sinônimo de volta a si próprio”


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