basta seguir-lhe o ritmo


se precisas escrever,
que sejam as palavras que te freqüentam
o íntimo, as escolhidas.

as que tocam a morte, não há porque atar-te
à dor que carregam;
tua sensibilidade te dirá – ouve-a -

o quanto podes suportar de seu peso
[porque elas o têm, sem dúvida alguma].

mas, vê, tens direito à passagem
e há tantos caminhos, tantos

atalhos e desvios, tantas possibilidades
quando o que menos importa é o rumo

a língua é um manancial,
basta seguir-lhe o ritmo

e chegarás ao poema.


sonia regina

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