a poesia cobiça


a tina procura a memória antepassada,
o rio não tem lembranças e o tanque
já nada recorda

máquinas de lavar não padecem
de reminiscências, nem metaforicamente
: enguiçam.

é quando os poetas dão outro ofício aos dedos,
penduram roupas nos varais e não palavras,
nas páginas

nostálgica, por uma nesga da janela
a poesia cobiça o céu.


sonia regina

Nenhum comentário: