Arquivo Fernando Aguiar - exposição até 16.4

LINGUAGENS D’ESCRITA(S)

Poesia Experimental do ARQUIVO FERNANDO AGUIAR

[matéria enviada pelo autor]

            

Inaugurada no dia 20 de Março, a exposição "LINGUAGENS D’ESCRITAS – Poesia Experimental do Arquivo Fernando Aguiar", que tem lugar em dois espaços culturais de Abrantes: na Biblioteca Municipal António Botto e na Galeria Municipal de Arte.

Os poetas portugueses têm as suas obras expostas na Biblioteca Municipal e são eles: Abílio José-Santos, Alberto Pimenta, Almeida e Sousa, Ana Hatherly, Antero de Alda, António Aragão, António Barros, António Dantas, António Nelos, Armando Salles Macatrão, Avelino Rocha, César Figueiredo, E. M. de Melo e Castro, Emerenciano, Fernando Aguiar, Gilberto Gouveia, José-Alberto Marques e Salette Tavares.

Os poetas estrangeiros que se apresentam na Galeria Municipal são, entre outros, Arnaldo Antunes, Arrigo Lora-Totino, Bartolomé Ferrando, Bernard Heidsieck, Clemente Padin, Enzo Minarelli, Fernando Millán, Giovanni Fontana, Julien Blaine e Paula Claire.

O Arquivo teve início em 1983 e conta já com  uma colecção constituída por cerca de 2.500 originais, maioritariamente obras de poesia experimental e visual, mas também de áreas afins como a Arte Conceptual, Fluxus, Performance e Mail-Art, produzidas a partir da segunda metade dos anos 60, com um especial relevo para a poesia visual dos anos 80 e 90, e  contém trabalhos de cerca de 200 dos mais activos poetas experimentais de 31 países, existindo de alguns deles um considerável conjunto de obras, como é o caso de Ana Hatherly, Alberto Pimenta, Salette Tavares, ou do cubano Artemio Iglesias.

Conta igualmente com alguns originais de artistas Fluxus ( Wolf Vostell, Milan Knizák, Dick Higgins, Charles Dreyfus… ) e de artistas conceptuais, como Dennis Oppenheim, Monty Cantsin, Orlan ou Shozo Shimamoto.

Apesar de se situarem no âmbito de uma linguagem poética, estas obras são profundamente visuais e, no aspecto técnico, são realizadas através do desenho, da colagem , fotografia, electrografia, pintura, objecto e infografia,. Para além destas obras, são também apresentados videopoemas, videoperformance e poemas animados que podem interagir com o público.

Os poetas visuais nunca tiveram qualquer tipo de relutância em utilizar todas as tecnologias a que puderam aceder, desde a fotocopiadora (electrografias) e da máquina fotográfica (fotopoemas), ao vídeo (videopoemas e vídeo de intervenções poéticas), ao computador (infopoesia e poesia hipermédia), até aos raios laser (holopoesia), o que tem servido para veicular as palavras e a expressão visual com um propósito poético. No sentido de valorizar e de potencializar o poema, concebendo-o e transmitindo-o através de uma linguagem actual e actuante.

No texto do catálogo, Fernando Aguiar refere que  “Em Portugal, um pequeno grupo de poetas participou activamente desde meados dos anos 60 neste movimento internacional resultando, talvez, no único movimento literário e artístico português contemporâneo daquilo que se fazia lá fora.”

O Arquivo contém ainda várias centenas de fotografias de performances (sobretudo performance portuguesa dos anos 80 e 90, mas também fotografias de inúmeros poetas e outros artistas, milhares de slides e de negativos, livros, catálogos, cartazes, revistas, jornais, vídeos, cassettes, cd’s e dvd’s de poesia sonora, desdobráveis, textos, postais, etc., que perfazem mais de 15.000 documentos.”

A exposição está patente ao público até ao dia 16 de Abril e, no dia do encerramento, pelas 21.30 horas, realiza-se um debate sobre Poesia Experimental seguido de leitura de poemas por Ana Hatherly, José-Alberto Marques, Manuel Portela, Fernando Aguiar e José Oliveira Baptista que vai apresentar o livro “Livre”.     

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