DIALOGANDO COM JOSÉ FELIX:
tenho o pousio nos dedos
afasto todos os medos
numa conversa informal
que pode ser desigual
na virtude de cada um;
um raio de luz, nenhum
sentido que dá a vida
lavra na mão a medida
do que é a sementeira.
haverá outra maneira
de uma safra que se abasta
sem aquela mesa farta?
josé félix
eu não creio que seja cedo;
não é folguedo, brinquedo,
o silêncio unilateral.
o que se diria, afinal,
de virtudes em jejum
numa refeição incomum?
uma jornada sofrida
fere as mãos nessa lida
tão pouco prazenteira.
mas à semente, altaneira,
a lavra promete um basta:
e a safra da mesa se aparta.
sonia regina
o pousio é um fadário
que nos resta de um diário
feito sem consequência.
no intervalo da ausência
vamos fazendo de conta
que a vida que nos afronta
é um linfoma, um nódulo
que levamos como rótulo
p'ra eternidade da cal;
nada mais resta que o sal
josé félix
“um descanso necessário
que não fosse relicário
vivido com prudência
[e alguma consciência]
seria pousio de monta,
uma vida menos tonta.
atenta às traições no ósculo,
não pagues nenhum óbulo”
diria, em cerimonial,
um mestre especial.
sonia regina
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário