se ao invés de salgadas
seria a manhã, a dar um colorido
de aurora à alma, se às chuvas
sobrevivessem as pegadas
coladas em teus pés com asas
se dos céus despencassem acordes
que musicassem as palavras, talvez
se rendesse e desmanchasse,
em avalanche, a quietude que falas,
fertilizando a terra da água
talvez se fossem doces
– ao invés de salgadas -
talvez fluíssem como um rio,
as lágrimas.
sonia regina
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