poesia em carne viva



















recolhi a menina por breve tempo
e assentei-a levemente sobre os escritos
do que eu não dizia

a ternura sobre a cor desbotada
da escrita conservou-a – borrão vivo.

hoje experimento pousar nessa superfície:
a criança ensinou-me a desconhecer suspiros.


sonia regina
14.3.10


imagem: Ray Stofberg

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