o assobio do vento - poema


sonia regina




pouco sei dos contrapontos ao assobio do vento:
minha voz se aquieta
na luminosidade frouxa da lamparina

o vazio está lá fora, sem tédio a grama medra

eu, ébria, crescendo para além do vinho
danço contigo o silêncio incandescente

no vaivém do vento as flores se completam
e nossa nudez realiza o movimento dos astros

da lua, nenhum outro reflexo se move

não somos uma espera vã
e abrimos a noite sem palavras



[11.7.09]

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