sopros - sonia regina



















No sangue de uma carne trêmula como bandeira ao vento
sou a fúria incontida pela confusão dos ossos.
A memória contra a pele espessa.
E porque me amam como às minas do alto das montanhas
vou me deixando surgir entre os poros da terra.
Inalo o tempo, sopro ventanias. Sou eu que me respiro.
Pois, por trás de tudo, algo me cobre.


08.02.2012
Sonia Regina




Imagem: Bogdan-Andrei Ailincai

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