Pot-pourri 3 e 4

pesa, a ficção (pot-pourri3)
sonia regina

 

remexer mundos tiranos conduz a novos caminhos (1)

minha voz não quis mais dizer: (2)
- que sejam as palavras que te freqüentam (3)
tão estáveis quanto é possível ser (4)

é o poema que me respira (5)
e pesa, a ficção, ao alcance da mão
(6)

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os versos numerados acima estão nos meus poemas:

(1) e o lúdico dramatiza
(2) mas há uma praia
(3) basta seguir-lhe o ritmo
(4) simplesmente, o sal na água
(5) quem me respira?
(6) ficção pouco discreta





sem resumo possível [pot-pourri 4]

sonia regina


sem a carne, a poesia míngua (1)
vinda da noite virada do avesso, tornada dia. (2)

mordo o pensamento. (3)
então, dançamos

[do intermédio entre o gesto e o pouso] (4)
o afeto agreste, sem resumo possível, (5)
desprendendo-se das raízes. (6)


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os versos numerados acima estão nos meus poemas:


(1) míngua, a poesia
(2) o cheiro do mar me invadia e me embriagava
(3) no azul, desfruto
(4) entre o gesto e o pouso
(5) ermos não sucumbem
(6) futuro do pretérito, no presente

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